A Busca da Visão 2014 foi a 11a edição anual realizada no Patrimônio do Matutu. Como sempre realizada durante o período de Carnaval, aconteceu entre 12 de fevereiro, quinta-feira e 18 de fevereiro, quarta-feira de cinzas.
Liderada pelo homem de medicina nativa e xamã Sthan Xannia Tehuantepelt, é uma cerimônia ancestral de iniciação praticada pelas tribos norte americanas e tem por objetivo trazer clareza do propósito interno e contato com a sua própria essência através de um retiro em plena natureza. A cerimônia se resume em um retiro de solitude na natureza, a 1800 m de altitude, em plena natureza durante 3 dias, acompanhado por uma equipe de guardiões.
Os 25 participantes chegaram na quinta-feira,, e no dia seguinte montaram à beira do rio a tenda de temaskal, a sauna sagrada de purificação. Após a montagem, uma grande fogueira foi acesa e pedras foram aquecidas até incandecer, para depois serem introduzidas no centro da tenda e terem seu calor liberado com água. Essa prática, com alta temperatura, busca desintoxicar e trazer leveza para a subida da montanha no dia seguinte como também aproximar os buscadores dos elementos fogo , água, ar e terra e seu poder de cura. Cânticos nativos impulsionam e direcionam a experiência. Ao sair, todos finalizam com o banho de rio que traz alívio e plenitude.
Dia seguinte, ao amanhecer, o grupo iniciou a caminhada rumo ao alto da montanha onde ficariam por três dias, sem sair do lugar, dentro de seus círculos de pedra, considerados como espaços sagrados individuais. Cada círculo fica distante e não visível entre eles e a solitude se derrama silenciosamente sobre cada um. Ali os participantes tem tempo e espaço para sua jornada interior, em contemplação e profunda leitura da natureza e do que acontece ao redor e dentro de si.
Voltados para uma das 4 direções, absorvem o significado e forças que vem do Leste, do Norte, do Oeste ou do Sul e que direcionam o trabalho sobre seus propósitos e clareza , assim como são apoiados por diversas manifestações da Natureza que costuma acontecer quando permitimos e oferecemos tempo e atenção para observar e compreender…
Ao final desses três maravilhosos dias, o grupo se reuniu novamente e iniciaram a descida da montanha silenciosamente, trazendo para baixo, em seus corações, o resultado de suas buscas.
Foram recebidos de volta no Patrimônio com alimentos simples e saborosos, que homenageiam as tradições indígenas; a mandioca e o milho.
No dia seguinte, quanta-feira de cinzas, o encerramento aconteceu em uma grande círculo e uma rodada em todo grupo do Bastão da Fala, outra antiga prática dos índios norte americanos, pra que todos partilhassem seus relatos e experiências. Esse momento do Círculo de Encerramento é quando se consagra o aprendizado e visão, única forma de seguir de volta ao mundo levando no coração a clareza de seus propósitos e as bênçãos e presentes recebidos.